Quando estamos nos preparando para uma viagem, entre todos os afazeres que isso exige, um ponto acaba sendo negligenciado, a nossa saúde. Apesar de ser um dos meios de transporte mais seguros, os aviões podem apresentar alguns perigos. E olha que não estamos falando de acidentes, mas, sim, dos riscos biológicos. Venha entender sobre eles neste artigo da Liberfly.
O que são riscos biológicos?
Os riscos biológicos são a probabilidade de exposição a vírus e seres vivos microscópicos (bactérias, fungos, parasitas, protozoários etc.). Estes, em contato com outros organismos, como o ser humano, podem causar doenças.
A transmissão destes agentes biológicos pode acontecer de forma direta ou indireta. Na primeira, o contágio é feito sem nenhum veículo intermediário, como a transmissão pelo ar ou por gotículas expelidas pela boca. Na segunda, é por meio de um vetor, como água, alimento e superfícies.
Riscos biológicos na aviação
Locais como hospitais, necrotérios, laboratórios e de coleta de lixo urbano são alguns exemplos de onde há maior probabilidade de exposição a esses agentes. Agora, no contexto da aviação, o risco biológico se refere à suscetibilidade do corpo humano a doenças e outras complicações. Elas ocorrem por micro-organismos que encontram condições favoráveis para se proliferarem e manifestarem no interior das cabines das aeronaves.
O agravante da aviação em relação aos riscos biológicos é o fato de ser um gatilho em potencial para a propagação de epidemias. Isso ocorre devido ao rápido, massivo e incessante transporte de passageiros e cargas por todo o mundo. Pudemos comprovar isso com a pandemia da covid-19, disseminada em 2020, que afetou gravemente a aviação comercial por todo o mundo.
Como agir diante de riscos biológicos no avião?
É importante destacar que algumas particularidades das aeronaves influenciam na vulnerabilidade do organismo humano a doenças infecciosas. Aqui entram as viroses, que tendem a se espalhar com maior facilidade em ambientes de baixa umidade, caso dos aviões.
Diante destas circunstâncias, segundo o Art. 168 do Código Brasileiro de Aeronáutica (5), “O comandante exerce autoridade sobre as pessoas e coisas que se encontram a bordo da aeronave, e poderá desembarcar qualquer delas, desde que comprometa a boa ordem, a disciplina ou ponha em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo”.
Ou seja, caso ele suspeite que um passageiro tenha uma doença que possa colocar em risco a sua saúde ou a de outros passageiros durante o voo, poderá impedi-lo de voar. Frente a isso, recomenda-se que passageiros que apresentem doenças contagiosas, cardíacas, respiratórias ou pós-operatórios portem um atestado médico. Sendo assim, ele garante que não estarão colocando em risco a sua própria saúde ou de terceiros.
É comum que as companhias aéreas disponibilizem em seus sites o Formulário de Informação Médica (MEDIF), relativo ao comportamento de doenças durante um voo, padronizado internacionalmente pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). O médico do passageiro deve preenchê-lo e ser entregue à companhia aérea antes da viagem. Além disso, o departamento médico da mesma avaliará o caso, determinando se o passageiro poderá ou não embarcar no voo.
Área infectada no avião
No Anexo 9 das regulamentações pela Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), os passageiros com febre associada a outros sintomas devem chamar a atenção da tripulação para potenciais riscos biológicos. Aqui entram mal-estar notório, tosse persistente, respiração comprometida, diarreia, vômito persistente, erupções cutâneas, cicatrizes ou sangramento sem injúrias prévias
Se constatado o perigo, entra como caso de doença comunicável a bordo, e o Comandante da Aeronave (CMTE) deverá informar prontamente ao controlador. É previsto também que aeronaves que requerem ao menos um tripulante de cabine (comissário) devem conter pelo menos um kit de equipamentos médicos. Ele deverá ser utilizado para higienização de algum corpo potencialmente infeccioso e para proteger a tripulação de possível contágio em decorrência do contato com fluidos como sangue e urina.
Além disso, quando acontece a infecção da aeronave, na chegada ao aeródromo, deverá ser desinfetada pela Autoridade de Saúde local. Dessa forma, as portas e janelas devem estar fechadas e sistemas de ventilação desligados, durante todo o procedimento.
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